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domingo, 13 de junho de 2010

Paleontólogos encontram novas espécies e “primo” dos dinossauros

Animais que viveram na Terra há milhões de anos intrigam pesquisadores

Divulgação
Parecido com um rinoceronte, o Coahuilaceratops magnacuerna usava as quatro patas para caminhar

O ano de 2010 ainda nem chegou à metade e até agora paleontólogos – a maioria dos Estados Unidos – já fizeram descobertas importantes para entender como viviam os dinossauros, animais que habitaram a Terra há milhares de anos e que ainda intrigam os mais estudiosos e curiosos por suas particularidades e variedade de espécies.

Quiz: teste o que você sabe sobre sobre dinossauros

Em janeiro, paleontólogos conseguiram pela primeira vez identificar as cores de um dinossauro, o Sinosauropteryx, que viveu há 100 milhões de anos e era parecido com aves. Os animais tinham cerdas, precursoras das penas, simples de cor branca e alaranjadas, quase amarelas, em forma de anéis que se estendiam por todo o corpo, principalmente na cauda.

O estudo ajuda a resolver um antigo debate sobre a função original das penas. A dúvida era se elas serviram inicialmente para permitir o voo, para abrigo ou apenas como adorno.

A partir de pesquisas dos profissionais da Universidade de Bristol, no Reino Unido, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleantropologia de Pequim, na China, e da Universidade College Dublin, na Irlanda, descobriu-se que as penas vieram antes das asas, ou seja, elas não se originaram como estruturas ligadas à capacidade de voar. Surgiram como enfeite e mais tarde serviram para propiciar abrigo e ajudar nos voos.

Na Tanzânia, cientistas descobriram as ossadas de uma criatura parecida com os dinossauros, que viveu na Terra 10 milhões de anos antes do mais velho dos dinos conhecidos, um tipo de “primo” dos gigantes mais famosos do mundo.

O Asilisaurus kongwe, que viveu há 240 milhões de anos e media pouco mais de um metro de altura se alimentava provavelmente de carne e plantas. O achado significa que os dinossauros provavelmente apareceram muito antes do que se pensava.


O nome deriva das palavras em suaíli (idioma banto) "asili", que significa "fundador"; "kongwe", que significa "antigo"; e de "saurus", lagarto em grego antigo.

Uma nova – e muito diferente – espécie de dinossauro, da família dos ceratopsídeos, de 72 milhões de anos e cujos chifres são maiores que os de seus parentes, foi descoberta no México, segundo informações divulgadas por paleontólogos americanos no final de maio.


O herbívoro de quatro a cinco toneladas, chamado de
Coahuilaceratops magnacuerna, media cerca de 7 m de comprimento e tinha de 1,80 m a 2,10 m de altura. O animal parecia um rinoceronte, com dois chifres de até 1,20 m que ficavam em cima de seus olhos, e usava as quatro patas para caminhar.

Arqueólogos descobrem o sapato mais velho do mundo, de 5.500 anos, em caverna na Armênia

O sapato mais velho do mundo tem 5.500 anos / Foto: AP

RIO - Ele não tem o charme de um Manolo Blahnik, objeto de consumo de Carrie Bradshaw, protagonista da série de TV e cinema "Sex and the city", nem a tecnologia das chuteiras dos jogadores da Copa do Mundo da África do Sul, que começa nesta sexta, mas pioneirismo é o que não lhe falta. Trata-se do mais antigo sapato do mundo, encontrado por pesquisadores em uma caverna na Armênia. Datado do ano 3.500 a.C., o sapato, feito de uma única peça de couro, estava em perfeitas condições e moldado na forma do pé direito de seu dono ou dona.

- Não sabemos se o sapato pertencia a um homem ou uma mulher. Embora pequeno (24,5cm, equivalente ao tamanho 35 no Brasil), caberia tanto num homem quanto numa mulher da época - diz Ron Pinhasi, da University College Cork da Irlanda e líder da pesquisa.

Segundo os pesquisadores, as condições secas, frias e estáveis da caverna, localizada na fronteira entre Armênia, Irã e Turquia, ajudaram na preservação dos achados, que incluem ainda potes de cerâmica que guardavam bem preservadas amostras de trigo, cevada, damasco e outras plantas comestíveis. O sapato, por sua vez, trazia em seu interior restos de grama que não se sabe se eram para auxiliar no aquecimento dos pés ou para manter seu formato.

- Inicialmente pensamos que o sapato e os outros objetos tinham apenas de 600 a 700 anos de idade devido a suas boas condições. Foi só depois que o material foi datado pelos laboratórios de radiocarbono de Oxford e da Califórnia que descobrimos que o sapato era alguns séculos mais antigo do que os usados por Ötzi, o "Homem do Gelo" (múmia de mais de 5 mil anos encontrada congelada numa geleira nos Alpes em 1991) - conta Pinhasi.

O sapato foi descoberto em um buraco na caverna por Diana Zardaryan, estudante de doutorado do Instituto de Arqueologia da Armênia que participava da escavação e também ficou surpresa com seu bom estado:

- Fiquei impressionada ao ver que até os cadarços estavam preservados - diz.

Antes deste sapato da Armênia, o mais antigo calçado encontrado no mundo eram sandálias feitas de vegetais achadas em uma caverna no estado americano do Missouri. Além disso, o sapato armênio é muito similar aos calçados que eram usados por comunidades das Ilhas Aran, no oeste da Irlanda, até os anos 1950.

- De fato, existem grandes similaridades nas técnicas de manufatura e estilo entre este sapato e outros de períodos posteriores encontrados por toda a Europa, sugerindo que este tipo de calçado foi usado por milhares de anos por diversas populações em diferentes condições ambientais - diz Pinhasi.

domingo, 30 de maio de 2010

ARQUEOLOGIA Pirâmide de 2,7 mil anos é achada no México

Arqueólogos do sul do México anunciaram a descoberta da tumba de 2.700 anos dentro de uma pirâmide, e que pode ser o mais antigo túmulo já documentado na região. Na tumba há o esqueleto de um homem, enterrado com colares de jade e objetos de cerâmica. O túmulo data de entre 500 e 700 a.C. As culturas da América pré-hispânica construíam pirâmides como representações dos níveis entre o submundo e o céu.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Museus. Uma visita aos tesouros escondidos

José António Oliveira trabalha nas reservas do Centro de Arte Moderna, da Gulbenkian. À hora do almoço ou no fim-de-semana aproveita para contemplar as obras. ?Uns vão à missa, eu venho para aqui reflectir?
Antes de abrir a porta, um aviso. "É normal sentir-se indisposto. Há quem não aguente muito tempo na sala seca. É só sair e esperar uns minutos que recupera", explica o conservador do Museu Nacional de Arqueologia, Mathias Tissot, com a mão no puxador da segunda porta que nos leva à tão falada sala.

As paredes grossas, a porta blindada e a falta de janelas, fazem do antigo cofre de Salazar um local perfeito para criar um ambiente com 27% de humidade. A climatização improvisada, com dois desumidificadores, é a forma ideal para conservar metais, como o ferro ou o cobre. "São peças muito vulneráveis e entram facilmente em corrosão", diz ao i.

Estes são alguns dos objectos que estão afastados do olhar do público há décadas. Aliás, os museus têm a maior parte das suas colecções em reservas. O Museu Hermitage, em São Petersburgo, por exemplo, tem três milhões de objectos guardados.

Uma das razões é a óbvia falta de espaço para ter tudo em exposição, mas as peças de arte e obras históricas não resistem à constante investida de turistas e às luzes dos expositores. "Até o ouro fica desgastado. Temos peças da Idade do Bronze (2000-1700 a.C.) que têm estado sempre expostas e estão a ficar avermelhadas. Estão em vitrinas, a temperatura está controlada, mas mesmo o ouro altera-se", explica o director do Museu Nacional de Arqueologia, Luís Raposo.

Não é de estranhar que a sala seca tenha prateleiras até ao tecto. Em cada uma das caixas, devidamente numeradas e catalogadas, encontramos tesouros. Basta abrir uma ao calhas para darmos de caras com uma espada da Idade do Bronze ou com a Tábua de Vipasca, encontrada em Aljustrel, que contém um dos mais importantes fragmentos de legislação mineira romana recolhidos em toda a Europa. Ao fundo da sala está o cofre, com as peças de joalharia. Este, nem os jornalistas podem espreitar.

Ânforas e esqueletos O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) tem cerca de 12 reservas, entre elas, a geral que é a maior, a sala seca, a reserva de ânforas ou mesmo uma antropológica, ou seja, de esqueletos. O esqueleto de uma mulher visigoda esteve há pouco tempo em exposição. Está tão bem conservado que é possível reconhecer-lhe todos os dentes e um anel no dedo.

Dos sete mil metros de área, apenas três mil são para exposições, o resto está repleto de estátuas e cacos. Muitos cacos. "Quantas peças temos? Sabe, sem querer ser ofensivo, essa é uma pergunta um pouco infantil. É que num museu como o nosso, a maior estação arqueológica do país, não é possível saber o número certo. Cerca de 70% das colecções do museu continuam inéditas", diz o director Luís Raposo.

O que à primeira vista pode chocar é facilmente compreendido. Primeiro, porque num museu de arqueologia qualquer fragmento de tecido, caco de cerâmica ou pedrinha é um objecto histórico. Segundo, o território português é ocupado há muitos milhares de anos e, como se costuma dizer, sempre que se faz um prédio em Lisboa, descobre-se mais uma estação arqueológica. Mas o actual director acrescenta outra explicação. "O fundador do museu, o Dr. Leite Vasconcelos, fez um contrato com a CP, no final do século XIX. Qualquer pessoa que encontrasse uma peça arqueológica podia mandá-la de comboio para Lisboa, sem ter de pagar o transporte."

Os números disponíveis apontam para a existência de 80 mil a 100 mil peças estudadas no museu e 60 mil inventariadas. O que encontrámos nas reservas foi um cenário bem diferente do que o secretário de Estado da Cultura contou em Abril. "Ele não conhece as reservas do MNA, mas respondendo a um deputado disse que estava tudo muito mal organizado e que havia peças embrulhadas em jornais dos anos 30. Isso não é verdade, as nossas reservas são até um case study", diz o director, Luís Raposo.

Numa área do auditório, mesmo ao lado da exposição, há uma parede falsa, com acesso à reserva geral. Quando entramos, deparamo-nos com uma imagem estranha. No meio dos claustros dos Jerónimos está uma estrutura de metal azul, de dois andares, que não está presa a nenhuma das paredes. No andar de baixo estão as estátuas de maior porte e nos dois andares encontramos vasos, cântaros e a primeira escultura portuguesa. "É um dos 940 tesouros nacionais do nosso museu. Foi encontrada em Aronches e é a primeira tridimensional, vemos um nariz, dois olhos e cabelo. Já esteve muitas vezes em exposição. Agora está em repouso."

Quadros às escuras José António Oliveira nunca toca num quadro ou desenho sem ter as suas luvas de borracha. E mesmo as luvas têm prazo de validade. "Com o tempo deixam passar resíduos", explica. E tal como um enfermeiro que visita os pacientes, ele nunca falta à ronda pelas obras do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAM), da Fundação Calouste Gulbenkian. José António de Oliveira é um dos quatro responsáveis pela reserva que tem a maior parte das 10 mil obras do CAM. Na cave do museu encontramos uma reserva impressionante, tão limpa e organizada que passaria no teste do algodão.

Dois desumidificadores estão no meio da sala dos desenhos e esculturas, sempre a 25 graus, mas José apressa-se a explicar. "Estou a fazer uma experiência. Como temos um belíssimo sistema de ar condicionado, se tirar aquilo não vai ter água nenhuma, vai ver."

Um passeio pela zona das esculturas e vemos enjaulada numa montra de vidro uma boneca de pano. "É uma das primeiras obras da Paula Rego. Está selada porque se trata de tecido que ficaria cheio de pó", explica directora do CAM, Isabel Carlos. De que ano? "Anos 70", responde rapidamente José António que na hora do almoço e aos fins-de-semana gosta de ir trabalhar. "Há quem vá à missa, eu venho ver os quadros e reflectir."

No -2, há outra sala que é guardada para o final da visita do i. A intenção é clara: impressionar. José António destranca a pesada porta e entramos numa sala repleta de expositores deslizantes, às escuras. Os quadros estão pendurados para não empenarem e só se acendem as luzes de cada sector. Não se quer incomodar o Almada Negreiros ou o Amadeo de Souza Cardoso. É lá que vemos o quadro por que todos perguntam: o retrato de Fernando Pessoa. "Há peças que não podem vir para a reserva, já as tentámos rodar, mas é muito difícil tirar "Os Galgos" do Amadeo. Este ano arriscámos e tirámos o Fernando Pessoa, do Almada, mas as pessoas perguntam. Há esta ligação afectiva com as obras, é como ver um amigo", diz a directora do CAM. José António está atento à conversa e não precisa de utilizar o computador, onde estão catalogadas todas as obras, para encontrar o tão falado quadro.

As trombetas de D. José Quando se pensa na reserva do Museu dos Coches, imaginamos um armazém enorme com rodas, cadeiras e arreios. Não foi bem isso que encontrámos. Como nos explicou a conservadora Maria Ana Bobone, os coches estão todos em exposição. Até quando precisaram de ser reparados, o restauro foi feito na área aberta ao público, para que toda a gente pudesse ver. "São demasiado grandes para estarem aqui. Na sala da reserva temos peças mais pequenas, como as trombetas, selas, arreios e a maior parte do fardamento. Temos oito mil peças no museu e apenas 200 estão em exposição", diz Maria Ana Bobone. Nos armários de madeira até ao tecto, há um que se destaca. O número 16 é o que tem as peças mais valiosas, como as trombetas em prata, e está trancado a cadeado. "O rei D. José encomendou 22 para tocarem na inauguração da sua estátua no Terreiro do Paço. Além de serem valiosas, porque são de prata, ainda tocam, o que é único em todo o mundo", explica.

A reserva é pequena e a manutenção sazonal é feita lá dentro. Quando muda a estação limpa-se tudo, mas os cabedais e tecidos são vistoriados com regularidade. No fundo da sala há uma mesa de costura, onde são reparados os tecidos centenários. A reserva recebeu nestes dias uma nova inquilina: uma cadeira do século XVIII que precisa de cuidados especiais. Tem dois rasgões - algum visitante mais curioso a provar que nem todas as peças podem estar expostas. Pelo menos o ano inteiro. Até as peças precisam de descanso.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Química liga aves e dinossauros

Cientistas conseguiram pela primeira vez identificar elementos químicos em espécie com 150 milhões de anos


"Foi como tocar em fantasmas." A expressão do geoquímico Roy Wogelius, da Universidade de Manchester (Reino Unido), revela que o próprio investigador ficou impressionado com a descoberta do seu grupo, sobre um fóssil que é um ícone da paleontologia e do qual já não se esperavam novidades bombásticas. Mas a surpresa aconteceu. Roy Wogelius coordenou uma equipa que pela primeira vez conseguiu ver os elementos químicos deixados por tecidos vivos num fóssil com 150 milhões de anos. Nomeadamente, os que correspondem às penas e que são o primeiro elo químico entre aves e dinossauros. Este caminho, diz o cientista, "é o futuro da paleontologia e uma mudança de paradigma na investigação".



A descoberta, publicada esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), foi feita graças à análise num acelerador de partículas de um fóssil de Archaeopteryx, uma espécie que está a meio caminho entre os dinossauros e as aves - é considerada, aliás, a primeira ave - e que viveu há 150 milhões de anos.



Os investigadores detectaram quantidades ínfimas de enxofre e fósforo, elementos que existem nas penas dos pássaros modernos, e também zinco e cobre, que são nutrientes essenciais para estes animais. Ao todo foram detectados seis elementos químicos distribuídos de forma diferente pelas várias partes do fóssil.


O facto de se terem encontrado diferentes concentrações desses elementos nos restos fossilizados e nas rochas envolventes confirma que os químicos no fóssil são vestígios do ser vivo que aquela "dino-ave" foi há 150 milhões de anos, segundo os cientistas.


A análise foi feita no Stanford Synchrotron Radiation Lightsource, na Califórnia (EUA), cujo sistema de raio X muito "luminoso" revelou o mapa químico do fóssil.



"Até agora falávamos de um laço físico entre aves e dinossauros, agora encontrámos um laço químicos entre eles", conclui o coordenador da investigação.



? A meio caminho entre ave e dinossauro, o Archaeopteryx, era uma vertebrado com a dimensão de um corvo que viveu no final do Jurássico e que é considerado a ave mais antiga, já de que é a mais antiga da qual há registos fósseis. Tinha dentes de dinossauro e uma longa cauda de ossos, mas tinha também elementos de ave, como as asas com penas, que lhe permitiam planar e voar entre as árvores. A primeira vez que se encontraram fósseis desta espécie já extinta foi há 150 anos, apenas um ano depois de Charles Darwin ter publicado o seu livro A Origem das Espécies e constituiu na altura a melhor prova até aí existente da teoria da evolução. Desde então já se descobriram nove outros fósseis da mesma espécie.

Dinossauros curiosos viajam de trem pelo tempo


Do JC Online
Bruno e sua família viajam por oceanos, selvas e vulcões da  pré-história num trem colorido
Bruno e sua família viajam por oceanos, selvas e vulcões da pré-história num trem colorido
Foto: Divulgação

Um novo desenho animado vai fazer a garotada conhecer o mundo da paleontologia, ciência que estuda a vida do passado da Terra. Para isso, um dinossauro bem curioso chamado Bruno viaja com sua família em um trem especial, que pode entrar no túnel do tempo e visitar vários lugares.

A série Dinotrem estreou nessa segunda (10) no canal pago Discovery Kids e passará durante a semana, às 12h, e aos sábados e domingos, às 14h30. O desenho tem meia hora de duração.

Bruno é um tiranossauro rex filhote que foi adotado por uma família de pterossauros, espécie de dinossauro que pode voar. Eles viajam por oceanos, selvas e vulcões da pré-história em uma locomotiva colorida. Seu condutor, o senhor Trodonte, revela a seus passageiros dados fascinantes sobre animais pré-históricos.