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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Famalicão: Descoberta fundição de sinos do séc. XVIII

Um grupo de arqueólogos dos serviços de arqueologia da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão descobriram um fosso de fundição de sinos da segunda metade do século XVIII, no local onde está a ser construído o novo Centro Social e Paroquial de Requião.

As evidências encontradas apontam para a presença de uma actividade artesanal relacionada com a fundição de um sino de bronze, nomeadamente um fosso de fundição.

O achado arqueológico foi registado depois de os serviços municipais terem sido chamados ao local junto à igreja de S. Silvestre.

Numa primeira fase, esteve na mesa a hipótese de se tratar de um primitivo mosteiro, anexo à igreja. No entanto, «a forma como se direccionaram os trabalhos levou também à descoberta inesperada de um fosso de fundição de sinos», conforme explica Felisbela Leite, responsável pelos serviços de arqueologia da autarquia.

Um fosso de fundição de sinos corresponde a uma técnica tradicional de fazer sinos, em que é realizada uma abertura no solo, estruturada interiormente, na qual era colocado um molde, que depois de preenchido por bronze, fundido a altas temperaturas, dava origem a um sino», sublinha a responsável.

A autarquia espera agora obter mais informações sobre a descoberta, nomeadamente nomeadamente «a data precisa da fundição; o tipo de combustível usado no processo; a percentagem de metais usada na constituição da liga de bronze; a dimensão; o peso; o tom sonoro emitido pelo sino e a existência, ou não, de uma relação do sino aí fundido com os demais ainda hoje existentes na torre sineira da Igreja.

Estudo questiona tese de extinção dos dinossauros por asteroide

A extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos não pode ser explicada somente pelo choque de um asteróide com a Terra, e sim como o resultado de um longo processo de transformações climáticas, de acordo com resultados de uma pesquisa divulgados nesta sexta-feira por um paleontólogo alemão.

O asteróide foi apenas "o último elemento catastrófico" registrado em "pelo menos 500 mil anos de fortes flutuações do clima" que enfraqueceram o ecossistema, declarou o paleontólogo Michael Prauss, da Universidade de Berlim. No início de março, a revista científica americana Science apresentou os trabalhos de um grupo de cientistas que atribuía o desaparecimento dos dinossauros a um gigantesco asteróide que caiu na atual região mexicana de Yucatán.

"Ao contrário da publicação da Science, que apenas reuniu elementos já conhecidos, meu trabalho se baseia em novos dados (...) que permitem reconsiderar tudo a partir de um novo ponto de vista", disse Prauss. O paleontólogo alemão trabalha desde 2005 com uma equipe científica internacional em um projeto da Agência Alemã de Pesquisas Científicas (DFG). Essa equipe analisou rochas e amostras retiradas de uma perfuração de 25 m de profundidade no Texas (EUA), mil quilômetros a noroeste da cratera do asteróide.

Os trabalhos permitiram provar a existência, muito antes do choque do asteróide, de grandes transformações climáticas, "provocadas provavelmente por atividades vulcânicas" ocorridas durante vários milhões de anos na atual Índia, indica um comunicado da Universidade Livre de Berlim.

Segundo Prauss, "o estresse climático de longa duração produzido por elas, com o qual evidentemente o choque do meteorito contribuiu no final das contas, explica a crise da biosfera e a extinção maciça" de espécies no Cretáceo terciário.

Dinossauros morreram por causa de frio, diz estudo

Cientistas afirmam que os dinossauros podem ter sido extintos não pela ação de um cometa, mas por uma queda brusca de temperatura. Segundo pesquisadores da universidade de Plymouth, nos Estados Unidos, fósseis encontrados na Noruega indicam que a temperatura dos mares caiu de uma variação entre 9ºC e 13ºC para entre 4°C e 8°C há cerca de 137 milhões de anos. As informações são do Daily Mail.

Os pesquisadores acreditam o frio foi causado por uma mudança repentina na corrente do Golfo, no Oceano Atlântico, um fenômeno que poderia voltar a acontecer. De acordo com os cientistas, a extinção dos dinossauros foi resultado de uma série de eventos ambientais que começaram com a mudança na temperatura, ao contrário do que diz a teoria mais aceita, que a extinção foi resultado de um evento cataclísmico - como a queda de um meteoro - há 65 milhões de anos.

O estudo, coordenado pelo cientista Gregory Price, utilizou fósseis e minerais encontrados em Svalbard, na Noruega, que indicam a queda na temperatura. Os pesquisadores afirmam que o frio foi muito severo para as espécies que viviam em locais mais quentes, como áreas mais rasas de oceanos, além da terra e pântanos. Esses animais teriam morrido por não aguentar a mudança.

Os cientistas dizem ainda que o momento em que essa queda ocorreu foi em um momento de efeito estufa, similar ao que ocorre hoje com o planeta. "A queda nas temperaturas talvez tenha sido causada por uma mudança na circulação do oceano, muito parecido com o que está sendo previsto para a Corrente do Golfo", diz Price à reportagem.

"Nós acreditamos que os dinossauros eram provavelmente criaturas de sangue frio e teriam que se esquentar para viver. Se eles não foram capazes de migrar para o sul, eles podem ter acabado extintos. (...) Nos acreditamos agora que eles morreram gradualmente e é muito possível que isso tenha sido causado por uma série de mudanças climáticas", diz o pesquisador.

Ainda de acordo com a reportagem, a queda na temperatura pode ter ocorrido por causa dos altos níveis de CO2 na atmosfera, o que teria aumentado o calor no planeta e feito derreter o gelo polar - um fenômeno atualmente previsto para acontecer novamente na nossa era.

Dinossauro mudava as penas ao crescer, diz estudo

Segundo os cientistas, o dinossauro sofria grandes mudanças na plumagem

Segundo os cientistas, o dinossauro sofria grandes mudanças na  plumagem Foto: Nature/Reprodução

Segundo os cientistas, o dinossauro sofria grandes mudanças na plumagem
Foto: Nature/Reprodução

Uma pesquisa do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Pequim indica que a espécie de dinossauro Similicaudipteryx, que fazia parte do grupo de dinossauros "ladrões de ovos" conhecido como oviraptossauro, sofria grandes mudanças na plumagem ao crescer. As informações são da Nature.

Segundo o estudo, fósseis que mostram dois espécimes do Similicaudipteryx em estágios diferentes de crescimento indicam que o filhote tinha penas de voo muito diferentes das do fóssil adulto. A descoberta indica que, ao contrário das aves, que mudas as penas quando muito jovens, o dinossauro tinha um estágio "intermediário", de troca de plumagem na juventude.

De acordo com a revista, ornitologistas e biólogos vêem com cautela a descoberta. O ornitologista Richard Prum, da Universidade de Yale, por exemplo, diz que quando os pássaros regeneram suas penas, as novas crescem enroladas em uma espécie de tubo. Segundo Prum, o fóssil pode ter preservado penas crescendo desta maneira, assim como as aves atuais.

Já o biologista Cheng-Ming Chuong, da Universidade do Sul da Califórnia, diz que "se dermos aos autores o benefício da dúvida (...) será a primeira demonstração de que estes dinossauros com plenas podem sofrer alterações de plumagens na vida".

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dinossauros do Brasil

Em Homenagem a Descoberta do Brasil abaixo alguns dos dinossauros encontrados no brasil.

Dinossauros do Brasil

A Paleontologia no Brasil vem engatinhando há muito tempo e ainda não conseguiu se igualar a paises como E.U.A., Inglaterra e Argentina.Três são os principais motivos que brecam esse desenvolvimento: a falta de investimentos, o pequeno números de pesquisadores dessa área e o próprio aspecto geográfico, pois não dispomos de muitas áreas favoráveis às escavações, não pelo tipo de solo, mas pelo fato de muitas vezes os locais favoráveis à descoberta de fósseis estarem localizados em áreas de preservação.

Não se pode, é claro, destruir um local de mata só para escavar fósseis... Nos E.U.A. e Argentina, por exemplo as escavações são normalmente realizadas em desertos, onde o impacto das mesmas é pequeno. Aqui no Brasil não existem desertos. O mais próximo que temos disso é o sertão nordestino.

Em relação aos dinossauros poucas foram as espécies descritas até hoje. Mas os especialistas acreditam que nosso país foi habitado por uma inúmera variedade desses animais. Um indício disso são as várias descobertas feitas no país vizinho ao nosso, a Argentina.

Um fato interessante sobre nossa paleofauna mesozóica é de que quase todos os dinossauros descobertos aqui ou são do final do Triássico ou do começo do Cretáceo. Aparentemente não foram encontrados até agora fósseis do Jurássico. Alguns acreditam que nesse período nossa região por alguma causa não explicada tornou-se inabitável para essas criaturas (provavelmente houve um processo de desertificação), espantando-as para outras regiões até que no início do Cretáceo as condições melhoraram e eles voltaram.

Fósseis indicam a presença de criaturas semelhantes mas não diretamente aparentadas aos dromeossaurídeos da América do Norte e Ásia, tais como o Velociraptor e o Deinonychus.

Também existem pistas de ornitomimossaurídeos, semelhantes ao Ornithomimus.

Há ainda ovos de prováveis ceratopsianos (dinos com chifres), pegadas de iguanodontídeos e outros ornitópodes, estegossaurídeos bastante grandes, além de dentes de enormes carnossauros, como o Abelisaurus.

Com certeza esse era o paraíso dos saurópodes do grupo dos titanossaurídeos. Centenas de ossos dessas criaturas enormes foram encontrados em várias partes do Brasil. Duas espécies já foram descritas: o Antarctosaurus e o Gondwanatitan (abaixo, respectivamente).

Além deles ainda foram encontrados representantes do grupo dos espinossaurídeos (abaixo), dinossauros carnívoros grandes com cabeça de crocodilo e provavelmente especializados em apanhar peixes. Também possuem 2 gêneros descritos: o Angaturama e o Irritator (atualmente são considerados que possam ser da mesma espécie ou até o mesmo espécimen).

Entre os dinossauros primitivos existem ocorrências de sauropodomorfos como o Saturnalia de 1,5 m de comprimento e pequenos carnívoros como o Staurikosaurus (abaixo) e o Guaibasaurus.

Recentemente foi adicionado a nossa coleção mais um interessante animal, o Santanaraptor (abaixo). Esse novo dinossauro carnívoro de 1,5 m de comprimento representa uma nova peça no quebra-cabeças do mundo pré-histórico. Viveu no Ceará há cerca de 110 milhões de anos e parece ter pertencido à mesma linhagem que deu origem ao majestoso Tyrannosaurus da América do Norte. Não só foram encontrados fósseis de ossos como também de tecidos "moles" como vasos sangüíneos, pele e fibras musculares, fato raro na Paleontologia. Com base em toda essa informação os especialista puderam traçar um perfil bastante próximo da aparência real dessa criatura. Acredita-se que os fósseis encontrados pertenciam a um animal jovem. Supõe-se que quando adulto o Santanaraptor poderia chegar a 2,5 m de comprimento.

Não está descartada a hipótese de que os dinossauros descobertos na Argentina também tivessem habitado nossa região, tal como ocorreu com o Abelisaurus , descrito tanto aqui como lá. Só porque ainda não foram encontrados não significa que não viveram aqui também. Sendo animais migratórios e estando as duas regiões tão próximas e aparentemente sem barreiras é possível que grandes herbívoros como o Argentinosaurus, o Amargasaurus (abaixo, respectivamente ) e o Saltasaurus,

seguidos pelos carnívoros Giganothosaurus, Megaraptor (abaixo, respectivamente ) e Carnotaurus podem ter passado parte de suas vidas em solo brasileiro.

Só o tempo e as novas expedições de pesquisa dirão se essa afirmação está correta. . .

O Brasil ainda é conhecido como um dos mais importantes sítios de fósseis de pterossauros. A região da Chapada do Araripe na Era Mesozóica foi um importante ponto de encontro para pterossauros de diversos tipos e tamanhos.

Entre os mais impressionantes pterossauros aqui encontrados encontram-se: Tupuxuara, Tapejara (abaixo), Tropeognathus e o Anhanguera.

Alguns fósseis estudados mais recentemente de Anhanguera, sugerem que ele pode ter sido o maior pterossauro já encontrado (abaixo), desbancando o Quetzalcoatlus da América do Norte. Supõe-se que sua envergadura pudesse atingir cerca de 13 m.

terça-feira, 20 de abril de 2010

DINOSSAUROS VOADORES ?

Os pterossauros são de ordem extinta da classe Reptilia (ou salropsida), que corresponde aos répteis voadores do período Mesozóico. Embora sejam seus contemporâneos, estes animais não eram . O grupo surgiu no Triássico superior e desapareceu na extinção K-T, há 65 milhões de anos. Os primeiros pterossauros tinham mandíbulas cheias de dentes e uma cauda longa, enquanto que as espécies do Cretáceo quase não possuíam dentes numa mandíbula que parecia um bico e a cauda estava bastante reduzida. Alguns dos melhores fósseis de pteurossauros vêm do planalto de Araripe no Brasil.

Em Relaçao a isso eu resolvi Postar sobre esses animais que Nao sao dinossauros.
O Primeiro será o :

Archeopteryx


Se hoje observarmos na natureza animais mais semelhante a dinossauros, veremos que estes animais são os pássaros. Os primeiros pássaros surgiram no período Jurássico, e vivem até hoje. Dentre estes pássaros antigos , está dentro o Archeopteryx, uma da principais descobertas do género. Este pássaro primitivo, era quase igual em aparência aos modernos, com excepção de alguns factores, como os dentes, o tamanho e alguns hábitos.

Os dentes do Archeopteryx e de muitos outros pássaros primitivos, como o Hesperornis (comedor de peixes, viveu na época do Triceratops e do T. Rex e, era mais parecido ainda com os pássaros modernos pois possuía bico), eram grandes, finos e afiados, utilizados para segurar sua deslizante presa, ou melhor, os peixes.

Seu tamanho também era diferente dos pássaros actuais, pois, enquanto um gavião tem o tamanho de um computador, o Archepteryx tinha o tamanho de um homem alto. Devido ao fato de voar muito alto, era provável que este pássaro podia ter morado em árvores. Assim como o Archeopteryx, muitos dinossauros voadores possuíam ossos ocos nos seus membros. Isso os tornava mais leves para movimentar-se. Pesquisadores acham que os ossos ocos dos actuais pássaros são uma herança de seus ancestrais, os dinossauros. O animal fóssil mais famoso é o Archeopteryx. Viveu na mesma época que os dinossauros e
é considerado a ave mais antiga que se conhece, embora também tivesse traços de réptil. Todos os esqueletos fósseis deste animal que foram descobertos foram encontrados em pedras calcárias de grão muito fino que conservaram maravilhosamente muitos fósseis, entre eles, os delicados ossos ocos do Archeopteryx e até as suas penas, que são uma característica fundamental da aves.





domingo, 18 de abril de 2010

O Estegossauro e suas Placas

Estegossauro

O Estegossauro cujo nome significa "lagarto telhado" viveu há aproximadamente 200 milhões de anos atrás e recebeu esse nome porque pensava-se que suas placas ósseas protetoras eram dispostas como as telhas e um telhado. Hoje sabe-se que elas ficavam em pé ao longo da coluna vertebral, fixadas na pele duríssima e não no esqueleto. Há diversas teorias sobre a utilização dessas placas: como armadura ou talvez como reguladores térmicos, esquentando ou esfriando o corpo do Estegossauro conforme sua posição ao sol ou ao vento. Há também a possibilidade de estas placas terem sido usadas para a exibição, assim, quando um predador atacava ou um parceiro era encontrado, o Estegossauro bombeava sangue para as placas e elas tornavam-se mais vivas e vermelhas o que seduzia o parceiro ou amedrontava o atacante. O corpo desse animal era maciço e a cauda extremamente musculosa era a sua arma de ataque, já que contava com quatro espinhos ósseos de 50 centímetros a 1 metro de comprimento. O pescoço terminava numa cabeça absurdamente pequena, de apenas 40cm, comportando um cérebro do tamanho de uma noz. Quando o Estegossauro estava em perigo, curvava a cabeça para baixo, protegendo-a com sua nuca repleta de placas e ao mesmo tempo aplicava fortes golpes laterais com a cauda. Várias espécies de Estegossauro viveram na América do Norte. Alguns eram mais primitivos e tinham as placas menores e mais pontiagudas.

Dados do Dinossauro:
Nome: Estegossauro
Nome Científico: Stegosaurus armatus
Época: Jurássico
Local onde viveu: América do Norte
Peso: Cerca de 6 toneladas
Tamanho: 12 metros de comprimento e 4 de altura
Alimentação: Herbívora

Ei pra você que quer ser Paleontologo no video algumas dicas!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Exposição de dinossauros em Castelo Branco conta com peças da ALT-Sociedade de História Natural de Torres Vedras

Foi inaugurada no dia 27 de Março, no NERCAB de Castelo Branco uma exposição internacional Exposição de  dinossauros em Castelo Branco conta com peças da ALT-Sociedade de  História Natural de Torres Vedrasde dinossauros. Este certame mostra dinossauros do mundo inteiro, desde réplicas de esqueletos completos de carnívoros e herbívoros, dos quais se destaca um Diplodocus com 17 metros e réplicas de Archeoptérix outros dinossauros avianos.


A exposição, organizada pelo GeoPark Naturtejo e pela empresa holandesa Creatures&Features, responsável pela execução de réplicas de dinossauros para os maiores museus do mundo, decorrerá até Outubro e envolve ainda um conjunto de municípios da região.

Sendo uma das mais importantes exposições de paleontologia do mundo, representando dinossauros de vários países, a ALT-Sociedade de História Natural, de Torres Vedras, foi convidada como parceira do evento, de forma a representar os dinossauros portugueses.

Assim, a instituição torriense, que tem ao seu cuidado uma das maiores colecções de referência de dinossauros de Portugal, cedeu algumas peças, nomeadamente pegadas e uma pata de carnívoros, fémures de saurópodes e estegassauros, dentes,… que durante a inauguração do evento surpreenderam os visitantes, pois alguns ossos reais de Torres Vedras deixavam adivinhar dinossauros muito maiores do que as réplicas à escala real de espécimes representados na exposição e provenientes dos EUA.

Alguns dos ossos de Torres Vedras patentes na exposição já puderam ser vistos, no âmbito de visitas ao Laboratório de Paleontologia e Paleoecologia da ALT-Sociedade de História Natural por parte das escolas e em eventos como a Semana da Ciência e Tecnologia.

De facto, esta instituição científica local mantém uma política de comunicação com a comunidade, organizando visitas ao referido laboratório (um dos melhores da Península Ibérica para tratamento e estudo de vertebrados fósseis), ou por meio de solicitação por parte das escolas ou grupos de interessados em saber como se trabalha com ossos de dinossauros e sobre os ecossistemas do jurássico superior.

Mais informações sobre a exposição poderão ser acedidas em www.alt-shn.org, www.alt-shn.blogspot.com e www.dinoexpo.com.pt

Calçamento na região de Araraquara revela pegadas fósseis de dinossauros

Calçamento na região de Araraquara revela pegadas fósseis de dinossauros
Animais deixaram vestígios na areia há 140 milhões de anos; paleontólogo da Ufscar reuniu mais de mil lajes de arenito com rastros

Há um mês, Valéria Ribeiro comprou uma lanchonete na Rua Itália, em Araraquara, interior de São Paulo. Do antigo dono, ouviu histórias sobre pegadas de dinossauro na calçada. Sozinha, não encontrou nada. Precisou da ajuda do paleontólogo Marcelo Adorna Fernandes para identificar, em uma laje do calçamento, a pegada do réptil de três dedos que viveu há 140 milhões de anos na região.

Valéria não sabia que os pavimentos da cidade - retirados de pedreiras de arenito, hoje desativadas - guardam memórias jurássicas. A região já esteve na borda de um imenso deserto: um cenário desolador que se estendia por 1,3 milhões de quilômetros quadrados até o Uruguai.

Nos oásis de Araraquara, os animais matavam a sede e deixavam seus rastros sobre a areia molhada. O vento cobriu as pegadas com o pó das dunas e o tempo se encarregou de transformar a areia em rocha (mais informações nesta página).

As condições geológicas e de umidade não conservaram as ossadas fósseis dos dinossauros. Contudo, foram perfeitas para preservar seus rastros.

Martelo e cinzel. Em 1984, Fernandes gastou 4 mil cruzeiros - R$ 15, em valores corrigidos - para comprar a edição de novembro da revista Ciência Hoje. O título "Dinossauros do Brasil" despertou o interesse do rapaz de 15 anos quando passava pela banca de jornais. Ao ler a revista, descobriu que Araraquara, sua cidade, tinha pegadas pré-históricas.

Hoje, Fernandes trabalha na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Cuida da maior coleção de pegadas fósseis do Brasil, com quase mil peças. Parte do acervo ocupa dois ambientes do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da universidade. Também há muitas pedras encostadas nas paredes da casa do pesquisador, esperando um abrigo definitivo.

A joia do acervo - uma trilha com cerca de 4 metros - está guardada em um galpão emprestado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O rastro pertenceu a um ornitópode, dinossauro herbívoro e bípede, que tinha 5 metros de comprimento - do focinho à ponta da cauda -, 3 metros de altura e pesava 2 toneladas. A peça foi achada na pedreira São Bento, a 15 quilômetros do centro de Araraquara, e valeu uma conferência no Congresso Brasileiro de Paleontologia, em 2007.

Fernandes passava horas nas pedreiras - origem de boa parte do calçamento da região -, acompanhado da mulher, a bióloga Luciana, parceira nas pesquisas e na busca das pegadas.

Com martelo e cinzel, funcionários desprendiam lajes de arenito como se destacam folhas de um livro ancestral. O pesquisador ensinou-os a procurar nas páginas da rocha vestígios da pré-história. Diante de uma irregularidade na superfície, chamavam Fernandes. Se ele confirmasse a descoberta, embarcavam a peça no Ford Courier do casal.

Precursores. Mas o primeiro registro fóssil da região de Araraquara não foi identificado nas pedreiras. Estava exposto em uma calçada da vizinha São Carlos. Em 1911, o engenheiro de minas Joviano Pacheco ficou intrigado com as pegadas no arenito cor-de-rosa do passeio público. Hoje, a pista fóssil descansa nas coleções do antigo Instituto Geográfico e Geológico, na capital.

Durante décadas, os fósseis urbanos permaneceram esquecidos. Em 1976, um evento casual tirou-os da escuridão. O padre italiano Giuseppe Leonardi viajava para o norte do Estado. No caminho, sofreu uma incômoda dor de dente. Resolveu descer na Rodovia Washington Luís para se tratar na Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara. No caminho, olhava para o chão. Apaixonado pela paleontologia, percebeu o tesouro que tinha debaixo dos pés. Em 1983, solicitou a retirada de duas toneladas de lajes das ruas, levadas aos galpões do Departamento Nacional de Produção Mineral.

Intercâmbio. O artigo de Ciência Hoje lido por Fernandes foi escrito pelo padre Leonardi. Em 1989, o missionário deixou o Brasil e hoje vive em Kinshasa, no Congo. Continua pesquisando e publica artigos científicos. Mereceu uma breve biografia na Enciclopédia dos Dinossauros, do Museu Americano de História Natural: "(Leonardi) sistematizou informações sobre pegadas fossilizadas em escala continental."

Fernandes só conheceu pessoalmente padre Leonardi quando começou a participar de congressos científicos. Em uma caixa na estante, ele guarda recordações do seu precursor na paleontologia: cadernos de folhas quadriculadas que o padre usava para anotações de campo. Em um dos blocos, há desenhos de rastros deixados por galinhas nas dunas de Salvador, na Bahia, um termo de comparação para pegadas de dinossauros bípedes.

O pesquisador brasileiro seguiu os passos do mestre italiano. Diante de um provável registro fóssil de urina, procurou um animal que, em condições análogas, poderia deixar um vestígio semelhante. Em vez de galinhas, usou o avestruz, uma das poucas aves que expelem líquidos. O trabalho foi publicado em 2004 na Revista Brasileira de Paleontologia. Representa o primeiro registro oficial de urólito - como foi batizado - da história.

Fauna antiga. As calçadas de Araraquara também contêm inúmeros registros de pequenos mamíferos que viviam à sombra dos dinossauros: na maioria das vezes, com o tamanho de um camundongo e sempre menores que um gato. Fernandes aponta uma razão simples para dimensões tão discretas: "Serviriam de banquete." O império dos mamíferos só começou depois da extinção dos répteis gigantes.

Em 1981, padre Leonardi atribuiu um nome científico aos rastros de mamíferos gravados no arenito: Brasilichnium elusivum, pegadas normalmente bem definidas com quatro pequenos dedos. É impossível concluir se pertencem à mesma espécie ou - com maior probabilidade - a animais parecidos.

Artrópodes completam a fauna antiga. Uma bela laje apresenta com nitidez os círculos produzidos pelas patas de um escorpião pré-histórico. Um risco entre as pegadas denuncia a cauda com o ferrão que o animal arrastava atrás de si. Besouros e vermes de areia também deixaram suas marcas fósseis.

Cena insólita. Em um texto de março de 2006, o escritor Ignácio de Loyola Brandão recordou que jogava bolinha de gude nos "buraquinhos e sulcos" das calçadas da sua Araraquara natal. Só quando visitou a exposição Dinos, na Oca, no Parque do Ibirapuera, descobriu que a brincadeira ocorria sobre rastros de bichos pré-históricos.

Mas algumas crianças aprendem cedo a história escondida no passeio público. Quando lecionava no ensino fundamental, Fernandes costumava levar os alunos para um passeio nas ruas e avenidas da cidade.

Sob o olhar atento dos estudantes, desvendava a cena insólita testemunhada pelas pedras. Pequenos mamíferos alimentam-se de insetos da areia e servem de cardápio para celurossauros - ancestrais das aves - que bebiam água nos oásis do deserto. Ao lado, ornitópodes comem a vegetação na borda da lagoa.

Na praça do Parque Infantil de Araraquara, há uma laje com vestígios de gotas d"água. Lembram a areia da praia quando cai a chuva. Na verdade, registram outra tempestade, muito mais antiga. Um provável prenúncio das mudanças geoclimáticas que decretaram o fim do deserto pré-histórico e de seus habitantes.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Brasil estuda o passado de homem da Antártica

Daqui a duas semanas , estará chegando ao Brasil pela primeira vez uma coleção de objetos arqueológicos da Antártica. São relíquias, como garrafas, cachimbos de cerâmica, roupas e sapatos, panelas, materiais cortantes e até um tabuleiro de jogo de damas, usadas pelos primeiros ocupantes do continente gelado, que se aventuram por lá há quase 200 anos. A coleção é fruto de expedição realizada no verão deste ano pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Trata-se nada menos da primeira expedição de ciências humanas feita por instituição científica brasileira na Antártica.

– Até agora, as pesquisas brasileiras na Antártica foram na área de geologia, biologia e glaciologia, ou seja, de ciências naturais. Estamos abrindo um campo de pesquisa para estudar a presença humana na Antártica – diz o coordenador da pesquisa, o

arqueólogo Andrés Zarandin, da UFMG.

A Antártica foi o último grande espaço, ou continente, a ser explorado pelo homem. Descoberta oficialmente pelos ingleses, em 1819, ela não nunca permitiu a ocupação permanente do homem, devido ao rigor de seu clima. Mas naquele época remota, há dois séculos, levas e levas de exploradores e caçadores frequentavam o continente gelado.

Os achados arqueológicos da expedição brasileira, que contou com mais sete integrantes, são desta época remota. Ali, por volta do final do século 18 e o começo do século 19, trabalhadores a serviço de companhias comerciais e marítimas passavam temporadas de três meses, caçando focas, elefantes-marinhos e baleias. Eles erguiam pequenas construções ou se abrigavam em cavernas durante este período – deixando como legado para os cientistas de hoje relíquias daquela época.

– A arqueologia estuda o ser humano a partir de objetos. Enquanto documentos são produzidos pela elite e mostram uma visão do mundo a partir deste grupo dominante, a arqueologia pode revelar a história da presença humana na Antártica a partir dos vestígios deixados por trabalhadores, gente comum – diz o pesquisador da UFMG.

Helicóptero

A expedição brasileira chegou em 14 de fevereiro à Península Byers, que fica ao lado das Ilhas Shetland do Sul, na região antártica. Eles vieram com o navio polar brasileiro Almirante Maximiano, e desembarcaram na península de helicóptero. Lá montaram barracas a cerca de 1,5 quilômetros de dois sítios arqueológicos. Ficaram até o dia 6 de março, enfrentando uma temperatura média de 5 graus abaixo de zero.

A Penísula Byers é pródiga em sítios arqueológicos: lá já foram encontrados 26 deles. Nos dois sítios escolhidos pela equipe brasileira, foram recolhidas três caixas com material usado pelos pioneiros da Antártica.

– A partir de um elemento como um sapato, uma roupa ou um cachimbo, podemos contar a história de uma pessoa. Queremos contar esta história que é invisível para a maioria da humanidade – diz Zarandin.

Aliás, a pesquisa brasileira é uma das quatro na área de arqueologia realizada na Antártica, considerando toda a comunidade científica internacional.

– Isto pode dar uma visibilidade muito grande para a ciência brasileira – diz Zarandin.

Mas, afinal, quem eram estas pessoas que enfrentavam mares revoltos e gélidos no começo do século 19? O que eles faziam lá? Basicamente caçavam focas, elefantes-marinhos e baleias. Das focas, tiravam a pele para confecção de roupas. Dos elefantes-marinhos e das baleias, óleo, que durante muitas décadas foi usado como combustível, na iluminação pública, por exemplo. Na verdade, fizeram um estrago por lá.

– Estima-se que em cinco anos foi caçada 80% da população animal da Antártica. Em 1820, um navio voltava de lá com 20 mil peles. Em 1825, com apenas 15 peles. Logo, os recursos se exauriram e as expedições comerciais terminaram – diz o cientista, que é argentino de origem, mas radicado no Brasil.

Toda esta aventura científica começou há cerca de 15 anos, quando geólogos encontraram uma caverna com vestígios arqueológicos da presença humana. Não sabiam se estas pessoas eram náufragos, desviados de rota. Em 1819, um comerciante marítimo inglês anotou em seu diário de bordo que havia localizado um pedaço de âncora de um navio espanhol chamado San Telmo. Ao chegar ao Chile e contar a história, organizaram uma expedição. O capitão acabou declarando ali a descoberta da Antártica.

Posteriormente, expedições científicas, já nos anos 90 do século 20, lançaram uma teoria de que os achados do comerciante inglês não pertenciam a náufragos, mas a caçadores. Muitos cientistas, como Zarandin, acreditam que indígenas do Sul do Chile frequentavam a Antártica em expedições de caça. Esta história agora pode ser passada a limpo, com os estudos que serão feitos pelos cientistas do Brasil.

Museu de Arqueologia preocupa deputados

Museu de Arqueologia preocupa deputados

Ministra será interpelada na Comissão de Ética no dia 14.

O plano de Gabriela Canavilhas de mudar o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) dos Jerónimos para a Cordoaria tem sido polémico. Os deputados da Comissão de Ética e Cultura visitam amanhã o museu para recolher mais dados com os quais possam interpelar a ministra da Cultura no dia 14, quando a tiverem à sua frente no Parlamento.

"Queremos saber por que razão há pressa em fechar a Torre Oca [espaço do MNA] e apurar no terreno as preocupações em relação aos problemas estruturais que têm sido apontados à Cordoaria para receber o espólio do MNA", explica Celeste Pereira, do PSD, uma das mais activas em começar pela linha museológica de Belém um expediente previsto nas competências da comissão.

Em causa estão, segundo Catarina Martins (Bloco de Esquerda), "as fundações da Cordoaria". "A ministra disse que ia fazer um estudo, mas não fez, limitou-se a fazer um parecer. Mas há outros pareceres que falam do perigo de ali depositar alguns dos tesouros nacionais", acrescenta.

Luís Raposo, director do MNA, também aponta a intenção inicial da ministra em pedir um estudo e a mudança de vontade, e explica melhor: "O parecer que a ministra pediu a um ex-técnico do Laboratório Nacional de Engenharia Civil [LNEC] não fala em perigos, mas o parecer pedido pelo Grupo de Amigos do MNA e um outro solicitado por mim apontam alguns."

"O presidente e o vice-presidente da Sociedade de Engenharia Sísmica confirmam alguns perigos de ali instalar o espólio do MNA - e lembro que temos 700 peças consideradas como tesouro nacional", diz Raposo. "São estudos de professores catedráticos, de Sousa Oliveira [do Técnico, de Lisboa] e Aníbal Costa [Universidade de Aveiro]", contextualiza.

As razões técnicas, diz, dão que pensar e exigem um "estudo de fundo" - é isso que diz também a deputada Catarina Martins. "Dizer que os Jerónimos também estão junto ao Tejo como a Cordoaria não chega para afastar os eventuais perigos contidos nas fundações da Cordoaria. Esta está erigida sobre o estuário do rio seco, com o maior caudal hídrico e grande parte ou toda a Cordoaria está assente sobre areias e argila e pode afundar em caso de sismo, está sujeita a inundações, como aconteceu há dez anos, ou às infiltrações de água salgada", expõe.

O gabinete da ministra não quis reagir e sublinhou o plano do MNA, que tem de esvaziar a Torre Oca até 8 de Maio (antes era até 30 de Março) para a entregar, no âmbito de um protocolo , à Marinha. "Falta saber se a Cordoaria será toda para este museu", questiona ainda Celeste Pereira.

sábado, 3 de abril de 2010

Paleontologia: Estudo confirma tese lançada há 30 anos - Asteróide matou os dinossauros


Um grupo de investigadores de vários pontos do Mundo diz ter descoberto o verdadeiro motivo que levou à extinção do reinado dos dinossauros, uma questão que tem vindo a dividir os especialistas ao longo das últimas décadas.

O impacto de um asteróide terá sido o responsávelpela extinção em massa, no fim do período Cretáceo, dos dinossauros e de mais de metade das espécies na Terra. Ao contrário do que outra linha de pensamento defendia,actividades vulcânicas em massa não foram a causa da grande extinção.

O episódio, ocorrido há cerca de 65 milhões de anos, eliminou os dinossauros, pterossauros e grandes répteis marinhos, abrindo caminho para a presença e domínio dos mamíferos. Calcula-se que com o choque teriahavido um terramoto de magnitude muito superior a 10 na Escala de Richter, ocasionando um colapso planetário.

A prova de que tudo isso ocorreu são os depósitos de sedimentos em Chicxulub, no México. O asteróide teria cerca de 15 quilómetros de diâmetro, viajou a 20 km por segundo e provocou um afundamento de 30 km no solo - é a maior cratera jamais vista.

Uma das provas químicas de que o asteróide provocou a extinção dos dinossauros é a quantidade do elemento irídio encontrada em amostras geológicas em todo o Mundo, datadas da época do fim dos grandes répteis. A substância, muito rara na crosta terrestre, é muito comum na composição de asteróides.

Em 1981, Luis Walter Alvarez, prémio Nobel de Física em 1968, e o seu filho, o geólogo Walter Alvarez, apresentaram essa hipótese, que teve o grande valor de explicar o súbito desaparecimento dos dinossauros; dez anos depois, com a descoberta de uma cratera com 180 km de diâmetro em Chicxulub, na Península de Yucatán, no México, o assunto voltou à tona. Desde então a hipótese de Alvarez passou a ser discutida no meio científico, com opiniões contra e a favor.